Naquela que foi a minha segunda vinda ao Egipto optei por não passar tanto tempo em algumas cidades como teria feito numa primeira visita ao país. Por isso, privilegiei alguns pontos menos comuns e de acesso mais difícil. Muita coisa foi decidida ao sabor do vento, de acordo com os locais que tinha mais curiosidade em ver ou rever (incrível como já passaram 15 anos!).
A viagem teve início e fim em Hurghada e durou 12 dias. Começou com 2 dias em Hurghada, seguindo depois para Luxor (onde passei o ano) e Assuão. Com partida do Cairo, guardei 2 dias para o White Desert e 2 dias para Siwa, incluindo as longas deslocações de autocarro. Não foi possível ir ao Monte Sinai ou a Sharm-el-Sheik. Gostaria de ter ficado mais tempo em Luxor, onde recomendo pelo menos 2 dias completos.
Luxor e o Templo de Karnak
Luxor mantinha-se uma verdadeira memória viva desde a minha primeira visita ao Egipto, teria eu uns 18 anos. É como entrar no nosso livro de História do 7° ano – e ao mesmo tempo termos pena de já não nos lembrarmos de metade do que aprendemos na altura. Confesso que me emocionei ao voltar aqui após tantos anos.
Karnak é um desses templos épicos, talvez o meu favorito. O seu elemento mais distintivo são as enormes colunas de 21m, todas elas com hieróglifos muito bem conservados em toda a sua superfície, para além de cúpulas onde ainda persistem vestígios de cor. A entrada em Karnak custa 8,25€ e merece no mínimo umas 2 horas de visita.
Outros pontos de interesse nesta cidade são o Templo de Luxor e o imperdível Vale dos Reis (do qual vos falo adiante).
Em Luxor usem este contacto para táxi (Ahmed) +201022094276. É um miúdo porreiro..
O Vale dos Reis
Para aquele que foi o primeiro dia do ano fizemos uma coisa diferente e fomos de bicicleta desde a margem do Nilo até ao vale. O percurso é de cerca de 12Kms em cada direccção e atravessa a planície fértil antes de a paisagem mudar para os tons desérticos onde se encontram as antigas aldeias, o Templo de Hatshepsut e o Vale dos Reis.
O Vale dos Reis é por excelência o local mais mítico do Egipto, com pelo menos 64 tumbas já descobertas – incluindo de Tutankhamon. Era o principal lugar onde eram colocadas as mais importantes figuras do Novo Reino do Egipto (sec XVI e XVII a. c). A entrada no complexo custa 10€ e dá acesso a 3 tumbas. Para alguns casos específicos é necessário pagar à parte – a mais impressionante será talvez a de Ramsés VI, que merece perfeitamente os 3€ a mais. Com 117m de extensão, as cores e imagens encontram-se muito bem preservadas para algo que existe há já 3500 anos!!!
Hatshepsut foi a 2a mulher-faraó do Egipto, em 1478 a. c, e o seu templo é horizontal e disposto em 3 plataformas.
Cairo e as Pirâmides de Gizé
Nesta minha 2a visita ao Cairo (e num dia especial, do meu 35° aniversário), resolvi mimar-me e fiquei instalada no Marriot Mena House. Este hotel tem um jardim com vista fabulosa para as Pirâmides, ou não estivessem as mesmas a poucas centenas de metros de distância. É verdade, a partir deste hotel podes ir até às pirâmides A PÉ .
O valor da noite foi de 100€ (valor directamente influenciado pelas consequências da pandemia…).
O acesso ao complexo das Pirâmides de Gizé custa 10 euros, mas a entrada no interior das mesmas é pago à parte. É possível entrar na pirâmide maior e na mais pequena, e como já o tinha feito antes desta vez não repeti.
Podes andar pelo complexo a pé, de camelo ou de cavalo. Cedi à ocasião e optei por um passeio de camelo com cerca de 2h de duração. O custo foi de 10,5 euros por pessoa.
Ainda dentro do complexo, a Esfinge encontra-se próxima de uma das entradas principais. A área de observação é difícil, com cercas, e acredito que quando o turismo voltar ao habitual se gerem facilmente aglomerados na área.
Por falta de tempo não consegui ir até às Pirâmides de Saqqara, a 1h de distância do Cairo e muito diferentes destas. Igualmente não visitei novamente o Museu do Cairo – contudo, prevê-se que o novo museu abra portas ainda em Junho deste ano.
Assuão e o Templo de Philae
Nas margens do Nilo surge Assuão, uma cidade que olha o rio e onde finalmente o dourado da pedra e areia contrasta com o verde das palmeiras. Assuão apresenta várias pequenas ilhas e as tradicionais Feluccas, pequenas embarcações à vela que convidam a um passeio relaxado ao sabor do vento. Acreditem, it’s chilling out as f***.
É também em Assuão que se encontra o Templo de Philae, um complexo relativamente bem preservado constituído por duas fachadas que ostentam deuses egípcios, uma lateral de colunas e um pequeno templo adjacente. É bastante distinto dos que vos tenho mostrado até agora.
Assuão merece um dia bem passado e sem pressas, devendo fazer sem dúvida parte de qualquer visita ao país dos faraós.
Oásis de Siwa
Siwa é o verdadeiro Oasis no meio do deserto – e, como tal, lá chegar não é tarefa fácil. Na verdade, desaconselho para uma primeira visita ao Egipto a menos que tenham bastantes dias (uns 12-14).
Siwa localiza-se a 900Kms do Cairo, encontrando-se ligado à capital por autocarros diários em que, melhor das hipóteses, chegam ao destino em 12 horas. O trajecto é em si próprio desinteressante, árido e interrompido frequentemente por elementos do exército que verificam passageiros, passaportes e carga. Enquanto turista nunca fui incomodada mas… conforto nestes autocarros não existe.
Os pontos de interesse em Siwa são:
– Tumbas romanas (diz-se que Alexandre o Grande passou por cá…)
– Templo do Oráculo
– Salinas
– Hot Springs (muito barrentas mas a 38°C!)
– Fortaleza
– Deserto
Para andar por Siwa recomendo-vos este guia, o Fati – bem disposto, óptimo inglês, prestável e disponível, grande companhia e muito easy-going. Contactem-no pelo Whastsapp (+201224907806) e digam-lhe que vêm da minha parte
Se possível, fiquem 2 dias inteiros em Siwa. Merece.
O White Desert
O White Desert é literalmente um deserto branco feito de… (imaginem..) giz!! É verdade, neste deserto o dourado das areias confunde-se com a pedra mais áurea, fazendo formações mágicas que em tempos estavam no fundo de um gigantesco lago. São Kms e Kms destes cones!!
Assim, tão depressa poderão encontrar pedra de formas invulgares toldada pelas águas e ventos como também semelhantes a autênticas ondas.