Monsaraz era um destino daqueles adiados há demasiado tempo. Uma terra acolhedora, de casas caiadas, tão mas tão portuguesa! E o que descobri não desiludiu.
A apenas 190Kms de Lisboa (cerca de 2 horas de viagem, pela A2 e A6), Monsaraz é uma vila típica muito conhecida pelas suas paisagens, pelo seu castelo mas também pelos seus vinhos. É, também, a vila medieval mais antiga do concelho.
Olhando o Guadiana, as planícies circundantes e o Alqueva, Monsaraz foi conquistada aos árabes pela Ordem dos Templários em pleno séc.XIII, após 5 séculos de governação islâmica que controlaram grande parte da Península Ibérica a partir do séc. VIII.
E apesar de não pertencer ao Património Mundial da UNESCO (ainda!), são inúmeros os pontos atractivos de Monsaraz que fazem desta vila a visita perfeita para o fim-de-semana.

A Vila de Monsaraz
Cidade de estilo medieval, com muralha construída nos reinados de D.Afonso III e D.Dinis, é atravessando a Porta da Vila (o principal acesso, em cima da qual se encontra uma lápide de 1646) que temos uma primeira imagem de Monsaraz.
Esta é apenas uma das 4 portas da vila, juntamente com a Porta do Buraco (a mais antiga da cerca), a Porta de Alcoba (entrada sul da cerca muralhada) e a Porta de Évora.

Caminhando livremente pelas ruelas passamos pela Igreja de Santiago (também Galeria de Arte) e encontramos a Praça D.Nuno Álvares Pereira conhecida pela sua Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lagoa (igreja do sec.XVI em lugar da anterior igreja gótica) ladeada pelo Pelourinho (sec.XVIII, símbolo da autonomia do concelho) de mármore branco, pelo Museu do Fresco, a Igreja da Misericórdia, a Capela de S.José e os antigos Paços do Concelho/ Casa Monsaraz, quase sempre com vista para o campanil do Relógio, para o Castelo e suas fortificações.

As calçadas são de xisto e as casas caiadas com pequenas janelas e flores no exterior, sendo fácil de perceber que este é um autêntico “museu vivo”: a verdade é que para além da sua arquitectura, são múltiplas as ocasiões ao longo do ano em que as ruas são ponto de exposição. Desta vez não foi excepção e podíamos ver vários quadros de artistas locais a adornar as paredes. Ocasionalmente, pequenas lojas convidam-nos a entrar e a aproveitar um pouco do seu ar fresco enquanto admiramos os produtos regionais.

A noite terminou no restaurante Taverna os Templários, numa mesa composta por boa comida portuguesa, destacando-se o polvo, o bacalhau com natas ou a sericaia como sobremesa – jantar que serviu de aconchego antes da visita ao OLA – Observatório do Lago Alqueva, de onde vos falo aqui!

Então e “Reguengos de Monsaraz?…”
Reguengos desenvolve-se em pleno séc. XVIII, originalmente tendo por base um conjunto de habitações construídas em torno da Praça de Santo António. A aldeia apoia-se na agricultura e pastorícia e vê o seu ritmo de desenvolvimento impulsionado graças à produção do vinho (sabiam que Reguengos foi até considerada a Capital Europeia do Vinho em 2015??), alcançando o estatuto de vila em 1840 e tornando-se sede de concelho em 1851 em detrimento de Monsaraz – onde estava sediado desde o século XIII.
São pontos de interesse a Igreja Matriz (dedicada a St. António e construída entre 1887-1912, um exemplo de arquitectura negótica), a Torre do Esporão (construída no séc.XV e sede da Herdade do Esporão – uma exploração vinícola bem conhecida. Como curiosidade, esta tem no seu interior uma galeria com rótulos criados por diversos artistas para as garrafas dos seus vinhos), a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios (de estrutura medieval e a datar do séc.XIII) e o Busto de Manuel Augusto Papança (político que impulsionou o crescimento da vila ao impulsionar a actividade vitivinícola).
Outras actividades existentes na região
Monsaraz e as suas terras mais próximas têm-se vindo a afirmar como uma óptima alternativa turística ao rebuliço das grandes cidades, onde podemos encontrar a conjugação perfeita entre a tranquilidade alentejana, a frescura das praias fluviais e o contacto com a natureza.
– Passeios pedestres – é também uma boa alternativa para os amantes de caminhada e trekking, com percursos fisicamente pouco exigentes e de pouca elevação. Estes percursos estão identificados com o nome global “Biografía de Paisagem”, no qual estão incluídos 9 passeios distintos que nos levam pela vila e herdades circundantes, pelos montes e por campos de oliveiras e vinhedos, num total de 243Km de lindas paisagens rurais.
– Caça e Pesca
– Geocaching – conhecem o geochaching, a actividade em que procuramos com o telemóvel e GPS, uma espécie de “tesouro secreto” deixado pelos que o encontraram antes de nós? Por entre mapas e pistas, esta é a forma perfeita de descobrir os locais menos conhecidos do município e deixarmo-nos surpreender pelo inesperado.
– Actividades de todo-o-terreno – seja de forma amadora ou profissional, uma vez que é aqui que decorre o Campeonato Nacional de Todo-o-terreno.
– Voos de avioneta – simulações e baptismos de voo a partir de 80 euros por pessoa.
– Observação de Aves – considerado um dos melhores destinos para a observação de aves, conta com a albuefeira do grande lago Alqueva conta com mais de 100 espécies.
– Actividades equestres – porque não um final de tarde com passeio de cavalo ou de carruagem?
– Astroturismo – A reserva DarkSky Alqueva® é a primeira reserva a nível mundial com a certificação “Starlight Tourism Destination”. Uma zona única para observação de corpos celestes, especialmente convidativa durante o verão pelas suas noites quentes e de céu limpo.
– Alojamento rural e spas – oferta de múltiplas opções de alojamento, desde as mais simples com vista para os montes alentejanos repletos de oliveiras até refúgios com spa, onde podemos ter contacto com técnicas de relaxamento inovadoras como a vinhoterapia!, além das já conhecidas massagems ayuvédicas, com taças tibetanas, banhos turcos ou de jacuzzi.
– Autocaravana – e porque não alugar uma auto-caravana e fazer um circuito por estas terras, acompanhada da melhor cozinha alentejana? Deslocar sem pressas e sem destino certo, ao sabor das vontades e sem grandes preocupações nunca foi tão fácil. Tanto Monsaraz como Reguengos dispõem de zonas de parqueamento de auto-caravanas.
Esta visita foi parte integrante da viagem (“BlogTrip” #experiencias_alqueva) proporcionada pelo Departamento de Turismo do Governo Regional de Badajoz, ao abrigo do Programa Rota e Desenvolvimento Local Lago Alqueva 2020 (#rdc_la2020) e organização pela Viajes Tranventure (#viajestraventure).
Podem ler tudo sobre esse fim de semana aqui! (e descobrir como programar um igual!)