“Colombianos,
as armas deram-vos a independência. As leis dar-vos-ão a liberdade”
Entre o chegar e o partir, deverão ter sido cerca de 48 horas. Bogotá não é uma cidade para ficar, mas sim uma cidade de passagem. Estas são então as minhas impressões sobre estes 2 dias.
À semelhança de outras cidades da Sul América, esta afirma-se pela sua densidade populacional. São quase 8,1 milhões de pessoas as que residem na capital colombiana e arredores. Pela distribuição relembra-me rapidamente Santiago do Chile; pela dimensão talvez se assemelhe mais a Buenos Aires… mas pelo planeamento urbano, arriscaria a vizinha La Paz se tivesse chegado a lá ir. Bogotá não prima pela organização, pela limpeza ou pela beleza arquitectónica enriquecida pelos estilos coloniais que nos habituámos a ver em outras cidades. É ainda uma cidade suja, com pobreza e toxicodependência que se vê e sente. Ainda assim, a presença da polícia é uma constante nas principais zonas da cidade e não nos sentimos inseguros ao caminhar nestas áreas.
Por questões de segurança e pontos de interesse, fiquei alojada no bairro de La Candelaria o principal bairro histórico da cidade. A oferta cultural não é grande e é genericamente concentrada nestes quarteirões. É aqui que podemos encontrar a principal praça da cidade – a Praça Bolivar – com alguns edifícios parlamentares, os principais museus e as ruas históricas.
Chegada a Bogotá
Viagem há muito desejada, consegui um voo da KLM voando de Lisboa com escala em Amesterdão e daqui até Bogotá (10 horas). O desconforto de fazer 2 horas extra para ir a terras holandesas foi compensado com mais de 200 euros de diferença no preço final.
Do aeroporto chamámos um uber (serviço ilegal aqui na Colombia), que me deixou à porta do Hostel por apenas 6 euros.
Alojamento
As duas noites em Bogotá foram passadas no Hostel Masaya. Este hostel tem desde quartos para 2 a 8 pessoas distribuídos por vários pátios interiores cheios de plantas e sofás, o que lhe confere um ambiente muito rústico e tranquilo.
O pequeno-almoço fica entre 10 e 12 mil pesos e vale completamente a pena: ovos mexidos e tortilla, panquecas, torradas e cereais, frutas tropicais (manga, papaia, maracujá, melancia..), vários doces, chá, café e leite. É a melhor forma de preparar estes dias que se adivinhas sempre longos. Tem ainda uma cozinha moderadamente equipada.
Oferece ainda actividades diárias (aulas de salsa e bachata, cooking class, noite de jogos de tabuleiro) e excursões para vários pontos próximos de Bogotá ou de outros hostéis da mesma rede.



Monserrate
No topo da colina de Monserrate ganhamos a verdadeira perspectiva do que é uma capital sul-americana – preparem os olhos para uma imensidão de casas até onde a vista alcança. Bogotá é ainda uma cidade bastante “plana”, com habitações de 1 ou 2 andares e uma ainda pequena área financeira, mais circunscrita e identificável por prédios mais modernos.
Monserrate vê-se a partir de toda a cidade, uma vez que é o seu ponto mais alto. No topo, uma capela branca dá as boas vindas aos visitantes, sendo im importante ponto de preregrinação. Há também um ou dois restaurantes e pequeno comércio ambulante.
O acesso pode ser feito de 3 formas: a pé, de eléctrico ou de teleférico. Ir a pé só é recomendável até às 13h – 15h da tarde (por questões de segurança) e nunca para subir – não há fôlego que aguente, para além de que o oxigénio vai ficando mais rarefeito o que dificulta a subida. O eléctrico e o teleférico têm o mesmo preço, com a diferença que costuma ser mais rápido ir de eléctrico. As vistas são igualmente bonitas (mas se calhar aqui o teleférico ganha pontos, por razões óbvias: mais amplo e mais privacidade).
A vista ao entardecer também é muito bonita mas pouco recomendável pelo perigo de assaltos nas ruas que dão acesso ao posto de informações e venda de bilhetes.
A viagem de funicular custa 20 mil pesos (ida e volta) ou 12mil (só subida). Os preços reduzem para cerca de metade ao Domingo.
As visitas começam pelas 6:30h da manhã e terminam de acordo com o abaixo:
– Segunda a Sexta – 11:45h
– Sábado – 16h
– Domingos e feriados – 17:30h ((o teleférico não funciona nos feriados!))


Free Walking Tour
Mantenho-me fã das Free Walking Tours, que neste momento já são ponto mais que assente nas minhas viagens por esse mundo fora. O conceito vocês já devem conhecer: há um ponto de encontro e o grupo é levado, por um local, a conhecer os principais pontos de interesse da zona. No final da visita, que dura em média 2 a 3 horas, é sugerido um pagamento por gorjeta (para orientação, contem com cerca de 30mil pesos). Em Bogotá há 2 bastante recomendadas, a “genérica” e a tour de “grafitti”. Fiz a primeira, com saída da Praça Chorro de Quevedo pelas 10h da manhã. Há também uma semelhante às restantes mas de bicicleta, com duração de cerca de 5 horas.
O tour vai passar pelas ruas históricas de La Candelaria, passando pela Plaza Simón Bolívar (que representa o centro político da cidade e onde também está localizada a Catedral de Bogotá), sendo abordada a história colonial e indígena da Colombia, não esquecendo a máfia, o tráfico de droga e a temática das guerrilhas.
Duração: 3 horas // Horário: 10h e 14h // Língua: inglês e espanhol // Convém fazer inscrição pela net


La Candelaria
É tido como o Bairro Histórico por excelência, sendo aqui que podemos encontrar ruelas ladeadas por casas de traço colonial, a Praça Bolivar, a Catedral de Bogotá e os principais edifícios parlamentares da cidade. É também rica em street-art, tendo elevado Bogotá a uma das principais cidades grafitadas do mundo.


Museu do Ouro
Aclamado como um dos principais museus de cultura pré-hispânica, devido ao seu conteúdo em cerca de 55 mil peças de ouro puro trabalhadas por diversas tribos ancestrais e preservados até aos dias de hoje. Podemos encontrar adornos diversos desde os mais simples aos mais elaborados (como colares, narigueiras,…), representação de animais, moedas e outros artefactos.
Terá sido no Peru e Equador que começou a indústria metalúrgica, por volta de 2100 a.c. Na Colômbia, os primeiros achados de ouro trabalhado datam de 500 a.c. Foi nas terras do El Dorado que começaram as técnicas que depois se estenderam pela América Central e Caraíbas.
O museu, fundado em 1939, tem 4 salas de exposição distribuídas por 3 andares e a entrada custa 4mil pesos (último acesso às 18h).


Museu Botero
Nascido na cidade de Medellín em 1932, Fernando Botero é talvez o mais querido dos artistas modernos sul-americanos.
Este museu apresenta 123 obras próprias e 85 da sua colecção pessoal, onde constam pinturas de Renoir, Monet, Dali ou Picasso. Todas foram oferecidas à nação.
Situado numa linda casa de estilo colonial, faz parte de um complexo que alberga outros museus com exposições permanentes (Museu da Casa da Moeda e o MAMU – Museu de Arte Miguel Urrutia, com obras de arte colombiana a partir do sec.XVI) e algumas temporárias. A entrada é gratuita e está aberto das 9h às 19h.
Leiam mais sobre este museu aqui!.



Outras opções ao redor de Bogotá
Bogotá é uma cidade enorme e ficou muita coisa por ver. Para além disso, encontra-se relativamente próximo de outros pontos de interesse que constituem day-trips que podem ser muito interessantes:
- Catedral de Sal de Zipaquirá – a 2 horas de distância de autocarro, Zipaquirá é uma cidade conhecida pela sua enorme catedral toda construída em sal, iluminada por cores fortes que lhe dão uma imagem ainda mais forte e marcante. Esta catedral foi construída com base numa original desenvolvida próprios mineiros das minas circundantes, e encontra-se a 180 metros de profundidade.
- Lagoa de Guatavita – É a mais célebre das lagoas sagradas da cultura pré-hispânica. algumas agências fazem a visita à lagoa conjuntamente com a ida à Cateral de Sal.
- Cano Cristales – também apelidado pelos colombianos como “o rio que veio do paraíso”, é uma das paisagens fluviais mais bonitas do país e talvez do mundo. A sua coloração intensa, em tons de vermelho, deve-se à presença de uma planta chamada Macarenia clavigera, acompanhada de tons de azul das águas, amarelo da areia e verde da vegetação circundante. Há voos até à vila de Villavicencio ou directamente para La Macarena, e daí comprar uma excursão.
A melhor época para visitar inicia-se a partir da segunda quinzena do mês de Maio (antes disso não se recomenda a ida) e dura até Novembro. Justifica-se pernoita no local, uma vez que não é possível ir e vir no mesmo dia.
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