Lição n.1 sobre Veneza: vais andar (muito).
Lição n.2: vais perder-te (muito) na primeira caminhada.
Tendo isto em mente (e uns bons ténis nos pés), torna-se relativamente fácil percorrer algumas das centenas de ilhotas que compõem Veneza. Não se preocupem com o sentido de orientação, nem com mapas… deixem-se ir! Em caso de dúvida, perguntar (e/ou seguir as placas amarelas cravadas nas paredes e que indicam as principais direcções).
Veneza é, a meu ver, uma cidade vencedora por 3 aspectos: o primeiro, óbvio, de ter sido construída sobre a água e circulavel através de canais. Mas mais do que isto, acho que é a conjugação resultante da imponência dos edifícios que a torna tão única, desde as grandes catedrais até aos pequenos palacetes frente ao Grande Canal ou pelas estreitas ruelas, numa densidade arquitectónica e cultural difícil de encontrar noutros sítios.
Tendo já vindo a Veneza há muitos anos, confesso que desta vez fiquei surpreendida pela negativa quando cheguei. Uma nota importante é nunca visitar uma grande cidade por ocasião de épocas festivas, mesmo que seja de passagem.. Viver o fim de semana de Páscoa em plena Veneza traz uma azafama ainda maior a uma cidade já de si sobrelotada por turistas.
Por isso, após visitar os “sítios-chave” como a ponte do Rialto, a Praça de S.Marcos, a Basílica ou o Palácio Ducal, o segredo é mesmo infiltrarmo-nos nas ruelas dos bairros que a compõem, atravessar as centenas de pequenas pontes e sentir o deleite para os sentidos que são as lojas de trajes e máscaras tradicionais, os vidros coloridos de Murano ou as foccacias a arrefecer nas montras das pastelarias.